Sú_zan!*

Minha foto
Campinas, São Paulo, Brazil
"Sou mais um elo da corrente, que pra se aparecer nao mostra o corpo, usa a mente!" -MV Bill

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012


... era julho, ainda férias, fazia frio -muito frio diga-se de passagem- eles haviam prometido não se olhar, não se tocar, não se falar, nunca mais.
Ela saiu de casa decidida a cumprir o combinado, não olhou pros lados, não procurou e não telefonou, como era costume após uma briga daquelas.
Ele já estava na rua, no bar como de praxe, acompanhado daquelas pessoas que ela detesta e com aquele jeito insuportavelmente prepotente.
Eles se ignoraram, a noite toda, até que no último minuto do segundo tempo, quando ele estava indo pra casa, ela não resistiu e olhou, vocês não podem imaginar o que acontece quando aqueles olhos se encontram e aconteceu, sem orgulho ela se rendeu, foi atras, chamou, gritou, ele atendeu e tentou não dar indícios de que havia adorado a atitude dela, como ele é bom nisso!
Seguiram juntos naquela rua e aquela neblina já conhecida das madrugadas daquele lugar, aquele ambiente, aquele cheiro e aquela luz que lhes era tão nostálgico e familiar, seguiram em silêncio, abraçados, diferente das outras noites de reconciliação, dessa vez não se cobraram, apenas caminharam até a esquina que sempre foi cúmplice desse casal, ela o abraçou como se suplicasse para que aquele abraço nunca terminasse, ele sem mencionar uma palavra retribuiu, e ainda em silêncio permaneceram ali, se sentindo. Ela deitou a cabeça sobre seu ombro e não resistindo disse: Não vá mais embora! Ele de imediato replicou: Mas se eu não vou, nada adianta, porque você vai e eu fico sem você. Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas dessa vez, sem chorar, ela fechou os olhos e sorriu, apenas sorriu.
Como dito, fazia muito, mas muito frio, e ela sugeriu que fossem embora, afinal ainda era férias, eles tinham tempo pra se ver, ele acatou, a acompanhou até em casa, abraçado e em silencio, iludida a imaginar que as brigas haviam acabado e a felicidade iria se instaurar, ela nem notou que havia chego em casa, eles não ficaram ali no muro, ensaiando o boa noite trezentas vezes como sempre, foi simples, como ela nunca pode fantasiar que fosse o fim, disse boa noite e ele em resposta lhe beijou a testa, ela feliz foi dormir, ele talvez já consciente do que aquilo significasse, quebrou a esquina e foi pra casa...
Ela não sabia que ele ia embora na manhã seguinte e eu juro, eles nunca mais se viram...


Suzan Freitas = )

Nenhum comentário:

Postar um comentário